Pensando na retomada do comércio, ACIC considera razoável a antecipação dos feriados
Considerando que a maior parte das empresas estão autorizadas apenas a operar com vendas por delivery e drive-thru, a Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) considera ser razoável a antecipação dos feriados para que elas não tenham que permanecer fechadas nas datas comemorativas após a autorização para a abertura gradual dos estabelecimentos, o que pode permitir uma retomada mais ativa a partir de 1° de junho, conforme anunciado pelo Governo do Estado
A antecipação de dois feriados municipais e um estadual para segunda, terça e quarta-feira da próxima semana, em Campinas, como proposta para aumentar o isolamento social devido a ascensão da pandemia do novo coronavírus, é considerada pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) como uma medida razoável, diante da quarentena que já estamos enfrentando, no sentido de reduzir impactos negativos na economia quando as atividades forem retomadas. “Nossos anseios são no sentido de que, brevemente, possamos, de fato, entrar na pauta da retomada gradual das atividades, com adoção de todas as recomendações das autoridades sanitárias, e de acordo com as normas do poder público”, considera Adriana Flosi, presidente da ACIC e do CDL – Clube de Diretores Lojistas e vice-presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp).
A expectativa da ACIC é a de que o comércio reabra gradualmente a partir de 1° de junho, conforme anunciado pelo governador de São Paulo, João Dória. “Se temos que aguardar até o início do mês para reabrir, é razoável que os feriados sejam antecipados para que as empresas possam permanecer abertas nas datas em que eles seriam comemorados”, diz. Em Campinas, a data dos feriados municipais de Corpus Christi (11 de junho) e Dia da Consciência Negra (20 de novembro) foram adiantados para as próximas terça-feira (26) e quarta-feira (27), respectivamente. Dessa forma, os dois dias emendam com o feriado estadual de 9 de julho, que também foi antecipado pelo Governo do Estado, para 25 de maio, próxima segunda-feira.
Orientação às empresas
Enquanto a autorização para que a maioria das empresas está limitada às vendas online para entregas por delivery ou por drive-thru, a ACIC tem oferecido aos empresários orientações que podem auxiliá-los a administrarem seus negócios nesse momento de crise. Por meio de lives e cursos, a presidente da instituição, Adriana Flosi, recebe especialistas como convidados para oferecer importantes dicas para o enfrentamento das consequências econômicas da pandemia.
Na próxima quinta-feira, dia 28, encerrando da programação de maio, será realizada pelo Facebook da Acic a teleconferência “Venda mais com Cadastro Positivo”, com Roseli Garcia e Adriana Flosi. Além da exposição e do esclarecimento de dúvidas, serão fornecidas informações sobre o “Cadastro Positivo”. A inscrição para receber o link de acesso deve ser feita pelo site: https://www.sympla.com.br/live-venda-mais-com-cadastro-positivo__859229
Avaliação de abril
O efeito do coronavírus na economia, principalmente no varejo de Campinas e região, apresentou uma queda nas vendas de 36,20% em abril de 2020 em relação a abril de 2019, e uma redução de 11,43% em comparação com março de 2020, mês do início da quarentena, quando o impacto foi negativo no faturamento das empresas de Campinas Região. Os dados são do SCPC – Serviço Central de Proteção ao Crédito, juntamente de um estudo da Boa Vista – SCPC e com base nos indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cadastro Geral de Emprego e Desemprego/Relação Anual de Informações Sociais (CAGED/RAIS) e Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Em março deste ano, o quadro apresentado foi de uma queda de 32,24% em relação a fevereiro de 2020”, explica o economista da ACIC, Laerte Martins, responsável pela elaboração da avaliação. Os destaques de abril de 2020 foram as quedas de 2,30% nas vendas ao crediário e de 19,47% nas vendas à vista; uma redução de 41,84% na inadimplência entre abril e março deste ano e uma elevação de 24,16% na inadimplência entre abril de 2020 e abril de 2019. Em relação às vendas digitais sobre o varejo (e-commerce), observa-se uma boa evolução na região, apresentando um volume de R$ 210 milhões em abril de 2020, contra um montante de R$ 155,2 milhões em abril de 2019, uma expansão de 26,10% nesse mercado em nível regional, sem contar com o serviço de delivery, que evoluiu bastante.
Por segmento
As vendas físicas, consideradas como essenciais, dos supermercados e hipermercados, veterinárias e pet shops, farmácias e drogarias tiveram elevação em média de 7,5% a 8%, enquanto que os segmentos de beleza, bares e restaurantes, oficinas e pneus, academias de ginástica e outros, tiveram reduções nas vendas em média de 60% em abril de 2020. Em uma visão geral, o Faturamento Nominal de abril de 2020 na RMC, incluindo Campinas, foi de R$ 1,7 bilhão e, em 2019, de R$ 2,6 bilhões, o que representa uma redução de R$ 900 milhões contra cerca de 35,67% em volume de vendas. Em Campinas, esse número foi de R$ 700 milhões em abril de 2020, contra R$ 1,1 bilhão no mesmo mês de 2019, totalizando uma perda de R$ 400 milhões.
Na análise de todo o período do acumulado de janeiro a abril de 2020, as vendas no varejo de Campinas e região acumularam uma perda no faturamento de R$ 1.692,2 bilhão (cerca de 16,52%). Para maio, a expectativa é de que a quarentena continuará a ser mais apertada no confinamento e na consequente redução de circulação de pessoas até o final do mês, redundando em mais perda nas vendas, mas com a possibilidade de redução na taxa de mortalidade, com a preservação de mais vidas humanas.