Hortolândia implanta consultório odontológico hospitalar portátil para pacientes especiais
Novo equipamento disponibilizado pela Prefeitura já está em funcionamento no Hospital Municipal Mario Covas
Hortolândia continua a trabalhar para promover a inclusão social. Para garantir o direito e o acesso à saúde a diferentes segmentos da população, a Prefeitura implanta um consultório odontológico hospitalar portátil. O novo equipamento já está em funcionamento para atender pacientes especiais no Hospital Municipal Mario Covas.
A cirurgiã dentista do setor de Apoio Técnico à Odontologia da Secretaria de Saúde, Deborah Hoffman, explica que o equipamento é disponibilizado para atender a grande demanda por cirurgias e serviços odontológicos de pacientes especiais assistidos pelo município.
Segundo a cirurgiã, pacientes especiais são aqueles que apresentam algum tipo de deficiência ou distúrbio mental, neurológico e/ou psicológico. Dada a condição desses pacientes, há dificuldades para que eles sejam atendidos em consultório odontológico padrão. Muitos deles, por exemplo, não conseguem ficar imóvel na cadeira. Em razão disso, eles têm que ser sedados para que possam ser feitos os procedimentos necessários.
Assim, para que o atendimento seja adequado e seguro, a cirurgiã ressalta que o consultório portátil está instalado no hospital para que os pacientes especiais recebam acompanhamento e suporte médico de diferentes especialistas, caso aconteça alguma intercorrência mais grave.
Dentre os pacientes especiais que também recebem atendimento odontológico com o uso do consultório portátil estão aqueles que têm alguma comorbidade. “Por isso, eles não podem ser submetidos a procedimentos ambulatoriais por risco, por exemplo, de hemorragia, ou alguma descompensação. Eles precisam ter respaldo médico mais especializado hospitalar em razão do quadro clínico deles”, salienta a cirurgiã.
EQUIPAMENTO COMPLETO
De acordo com a cirurgiã, o consultório portátil é idêntico ao de uma clínica odontológica. “É um equipamento completo. Tem os mesmos itens necessários para realizar restaurações. É equipado com fotopolimerizador, que é o aparelho para endurecer a resina utilizada em restaurações. Vem ainda com aparelho sugador e ultrassom, este último utilizado para fazer limpeza dentária”, detalha a cirurgiã.
O equipamento está sendo utilizado a cada 15 dias, no período da manhã. A cirurgiã explica que o atendimento odontológico a pacientes especiais é feito, inicialmente, nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município. Após a avaliação da unidade, caso necessário, o paciente é encaminhado ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), órgão da Secretaria de Saúde, localizado na rua joaquim Guilherme da Costa, 460, no Parque Ortolândia. Lá, conforme avaliação da equipe médica e de profissionais da unidade e conforme for a gravidade do caso, o paciente receberá atendimento e/ou procedimentos cirúrgicos por meio do consultório odontológico hospitalar portátil.
Uma vez agendado, o paciente é internado no hospital, recebe sedação para passar pelos procedimentos necessários, com suporte da equipe médica e estrutura do hospital. Concluída a cirurgia, o paciente fica em observação, acompanhado por familiares e/ou parentes, até receber alta, que pode ser no mesmo dia, dependendo do caso.
PRIMEIRO PACIENTE
O primeiro paciente a receber atendimento com o consultório odontológico hospitalar portátil foi Felipe, de 39 anos. O paciente recebeu tratamento de canal e extração de três dentes. Os procedimentos foram realizados em janeiro deste ano. Na ocasião, ele foi acompanhado por sua mãe, Cícera Daroz, com quem mora na região do Parque dos Pinheiros.
De acordo com a mãe, o paciente tem disfunção cerebral provocada por um problema de saúde. A moradora conta que, inicialmente, buscou atendimento odontológico para o filho via convênio médico hospitalar.
“Lutei muito para meu filho receber atendimento. Procurei ajuda e orientação da Prefeitura. Eu e meu filho nos sentimos muito acolhidos pelo pessoal da Secretaria de Saúde. Fico até hoje emocionada com a atenção que eles deram ao nosso caso. Com a dedicação dos profissionais do hospital que atenderam meu filho”, relata a moradora.
“Lena”, como Cícera é carinhosamente chamada por familiares, parentes e amigos, relata que seu filho ainda está com a boca um pouco dolorida em função dos procedimentos feitos. “Mas ele está bem, e tomando antiobióticos”, conta feliz a mãe. De acordo com Dona “Lena”, seu filho já tem consulta de retorno agendada no CEO e, a partir daí, seu filho passará a ser acompanhado pela unidade especializada.
“Fico feliz pela Prefeitura acolher a população de pacientes especiais. Espero que o caso do meu filho seja uma porta que se abre agora para que mais gente também possa ser atendida. Os pacientes especiais não podem se sentir excluídos. Eles merecem e têm o direito à saúde como toda pessoa”, destaca a mãe.