Casa da Criança Paralítica lança e-book sobre negócios sociais

Publicação poderá ser baixada gratuitamente no site da instituição, a partir do dia 11 de março

A Casa da Criança Paralítica (CCP), de Campinas (SP), em parceria com a Fundação FEAC, lança no dia 11 de março (terça-feira) o e-book “Negócios sociais versus impacto social”, destinado às Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e empreendedores sociais que queiram implantar um negócio social e promover a própria sustentabilidade financeira a partir de um modelo que traga impacto social positivo. A publicação é gratuita e estará disponível para download no www.ccp.org.br a partir do lançamento.

O e-book foi idealizado levando-se em conta a experiência de sucesso da instituição com o Bazar do Sonho, um negócio social que teve início em 2004 e que hoje representa uma importante fonte de receita para a Casa. “O intuito do bazar, na época implantado em um espaço reduzido na sede da CCP, no Parque Itália, era gerar renda e oportunizar às famílias dos atendidos o acesso a roupas e calçados usados em boas condições e a preços acessíveis. Funcionava graças ao trabalho de voluntários. Em 2018, o espaço foi ocupado pela nossa Oficina Locomover e o bazar foi transferido para um espaço maior, em frente à sede da instituição, mas com instalações provisórias, pois era formado por tendas”, lembra Regiane Fayan, coordenadora de Projetos e Mobilização de Recursos da Casa da Criança Paralítica.

“Após a mudança do bazar, foram contratados colaboradores para atuar no espaço e a CCP estruturou o processo de captação de doações, estabelecendo novas parcerias para aumentar o número de produtos ofertados no local e atrair mais clientes. Em 2023, quando o negócio social já representava cerca de 20% da receita da CCP, foi inaugurada, com o apoio da Fundação FEAC, a segunda unidade do Bazar do Sonho, em um contêiner localizado no Jardim Nova Europa, em Campinas. O objetivo foi elevar a participação da receita do Bazar para 30% do total obtido, em um curto prazo de tempo, e com duas unidades.

Em 17 de janeiro último, após mais de três meses de obras, a CCP reinaugurou a unidade I do Bazar do Sonho em sua sede. As tendas provisórias, bastante danificadas, foram substituídas por um prédio em alvenaria, mantendo a área da estrutura anterior, de 270 metros quadrados, mas com layout distinto e pé direito alto, para trazer mais comodidade aos clientes, funcionários e voluntários do local, com melhor exposição dos produtos, mobiliário com padrão de loja e ar-condicionado. “Reunimos parceiros para garantir a construção do novo prédio e a aquisição do mobiliário, que representaram um investimento total de R$ 590 mil, dividido entre Tauste Supermercados, Halma Incorporadora e Fundação FEAC”, diz Regiane.

Segundo ela, as OSCs têm grandes desafios para garantir sua sustentabilidade financeira e inovação, por isso, ter diferentes fontes de receita é essencial para sua saúde econômica, especialmente uma fonte na qual o recurso não seja “carimbado”, como a grande maioria, permitindo maior flexibilidade em seu uso. “Hoje, o modelo de receita das OSCs, em geral, depende exclusivamente de doações e financiamentos privados e públicos, mas, com um negócio social, além de melhorar a própria estabilidade financeira, as OSCs poderão, por exemplo, resolver problemas sociais e ambientais da própria comunidade em que estão inseridas. No nosso bazar, além de ofertarmos bons produtos a preços baixos, permitindo maior poder de compra à população de baixa renda, promovemos a economia circular a partir da cultura de doação, reduzindo o descarte inadequado no meio ambiente e promovendo a extensão da vida útil dos produtos, desde roupas, calçados, móveis, utensílios de cozinha até livros.”

No e-book, a coordenadora de Projetos e Mobilização de Recursos da Casa da Criança Paralítica antecipa que as OSCs poderão encontrar alguns modelos de negócios sociais que podem ser implementados para essa diversificação de fontes da receita e o fortalecimento de sua missão de impacto social, além das etapas necessárias para se colocar em prática o modelo escolhido. “Os negócios sociais têm o poder de transformar vidas, impulsionar mudanças sistêmicas e construir um futuro mais justo e sustentável para todos. Com o e-book, queremos ampliar a informação sobre esse assunto para beneficiar o maior número possível de OSCs e outros públicos interessados no tema.”

De acordo com Gabrieli Reis, analista de projetos da Fundação FEAC, ao longo dos últimos anos, a Fundação FEAC tem identificado que as organizações sociais de Campinas enfrentam diversos desafios relacionados à gestão, governança e sustentabilidade. “Um dos principais desafios é a captação de recursos para que a organização não se torne dependente de uma única fonte de receita. A Casa da Criança Paralítica já possuía uma estratégia de captação de recursos bastante sólida, que é o Bazar do Sonho, um negócio social, e a organização tinha o desejo de expandir essa estratégia para uma segunda unidade potencializando ainda mais a sustentabilidade. Compreendendo a importante atuação que a Casa da Criança Paralítica tem para seu público e para Campinas, além de entendermos que esta experiência poderia ser utilizada como case para inspirar o ecossistema social, a Fundação FEAC decidiu investir no projeto que possibilitou a implementação do Bazar II.  O percurso conceitual e as práticas utilizadas ao longo do projeto foram sistematizadas no e-book ‘Negócios sociais versus impacto social’, que acreditamos que será um potente material para aqueles que desejam entender melhor o que são e como implementar negócios sociais. A nossa expectativa é que este material sirva de insumo para que o ecossistema social seja mais forte, com recursos e gestão eficiente.”

Sobre a Casa da Criança Paralítica

Fundada em Campinas (SP) em 17 de janeiro de 1954, a Casa da Criança Paralítica (CCP) oferece, atualmente, atendimento especializado gratuito a 398 crianças, adolescentes e jovens com deficiência física nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, médica, odontologia, psicologia, nutrição, serviço social, pedagogia e informática, além de orientação às famílias que enfrentam situações de vulnerabilidade social.

Desde 2018, realiza adaptações e consertos de cadeiras de rodas na Oficina Locomover, que, com a ampliação finalizada em agosto do ano passado, passou a ser uma oficina ortopédica completa, possibilitando melhor qualidade de vida e inclusão às pessoas com deficiência física do município usuárias de órteses e próteses. Ao longo dos 71 anos de atividades, já atendeu cerca de 20 mil pessoas.

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