Somente neste ano, a Associação Mata Ciliar recebeu 138 animais vítimas de atropelamento

O último caso ocorreu neste domingo (17), quando um sauá foi resgatado em Bragança Paulista

A negligência com a implantação de estradas e rodovias, sem ao menos pensar na biodiversidade local, está fazendo uma rota de sangue. Somente neste ano, a Associação Mata Ciliar recebeu 138 animais vítimas de atropelamento. O caso mais recente ocorreu neste domingo (17), quando um Sauá foi resgatado em Bragança Paulista após ter sido atropelado.

O estado do animal era muito crítico e, infelizmente, precisou ser eutanasiado.

“No exame de raio-x, vimos uma fratura na coluna torácica e não apresentava reflexo de dor profunda ou superficial, portanto, não seria viável uma cirurgia. Seu prognóstico era muito ruim, ele não conseguia movimentar nenhum dos dois membros pélvicos (traseiros) e só se movimentava se arrastando. Então, optamos pela eutanásia”, explica Paula Campanholi, médica veterinária da Mata Ciliar.

Os sauás, também conhecidos como ‘guigós’, são uma espécie de primatas endêmicos da Mata Atlântico e estão ameaçados de extinção. Quanto mais invadimos seus habitats, com menos opções eles ficam, sendo obrigados a atravessarem estradas e rodovias em busca de alimentos, água, abrigos e outras atividades naturais, ou seja, para continuarem sobrevivendo nessa triste realidade. Sem políticas públicas voltadas para a preservação da fauna nas estradas, o número de atropelamentos cresce diariamente.

MATA CILIAR

A Associação Mata Ciliar (AMC) é uma entidade sem fins lucrativos declarada de Utilidade Pública Federal e que desde 1987 desenvolve diversas ações para a conservação da biodiversidade.

Durante esse período foram diversos desafios enfrentados e conquistas alcançadas sempre em parceria com instituições privadas, poder público e com a sociedade.

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