A força econômica do Brics+ e os reflexos para o Brasil
O Brics, grupo cooperativo de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, agora passou ser Brics Plus (Brics+), com a entrada de seis novos membros: Argentina, Irã, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.
O Brasil resistiu a essa expansão, inicialmente, mas cedeu em troca de um eventual apoio da China para conseguir um assento como membro permanente do conselho de segurança da ONU. A China, por sua vez, aumentou seu poder de decisão e influência, trazendo importantes aliados para o grupo.
À parte as movimentações políticas que envolveram a mudança na composição, ela traz boas perspectivas de negócios para o nosso país. A entrada da Argentina é estratégica nesse sentido, pois fortalece o bloco da América do Sul, colocando nosso vizinho em perspectiva de crescimento. O Brasil ganha a oportunidade de ampliar a venda de mercadorias e serviços junto aos hermanos, surgindo assim uma ótima condição para que essa colaboração seja ampliada bilateralmente.
A entrada de países membros da Liga Árabe – Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos – traz uma grande oportunidade para a indústria brasileira em diversos segmentos, tais como o farmacêutico, o têxtil, o de energia, além de, é claro, o alimentício, já que o Brasil é visto por essas e outras nações como um grande celeiro mundial, devido a sua enorme produção de grãos e de proteína animal.
Com essa nova composição, o Brics+ passará a ter quase metade da população do planeta, além de mais de um terço do PIB mundial, contando com grande abundância de alimentos, água, petróleo, minério de ferro e ouro. Com certeza, um grupo pequeno de países, mas com uma força econômica que já é muito grande e tende a crescer nos próximos anos.
Agora com um time de onze países e um banco comandado por uma ex-presidente do Brasil até meados de 2025, espera-se um período de grande cooperação e investimentos entre seus membros, principalmente na industrialização e modernização da infraestrutura e de parques tecnológicos, para que seus membros passem de países emergentes para países do chamado “primeiro mundo”, daqui a algumas décadas, deixando o BRICS+ para novos emergentes.
Rogério Araujo é educador financeiro, especialista em mercado financeiro, fundador da Roar Educacional Consultoria e líder econômico pela Harvard School.