Biblioteca infantil e revitalização de praça são legados da Mostra Sustentável para Campinas
Além de beneficiar a Fundação Síndrome de Down com reformas e grande visibilidade, a edição 2019 deixará para a comunidade uma biblioteca infantil e um espaço público totalmente restaurado. Campanha de doação de livros será lançada para a formação do acervo
A biblioteca infantil e o espaço de lazer em que se tornou a Praça Pedro Cané, em Barão Geraldo, são os principais legados (o que se transmite à geração seguinte) que a edição 2019 da Mostra Sustentável deixará para a comunidade de Campinas. Além do espaço físico, a Mostra fará uma campanha de arrecadação de livros com os profissionais e visitantes para criar um acervo diversificado para a nova biblioteca. Quem fizer doação de livros infanto-juvenis no período de 1º a 13 de outubro terá 20% de desconto no valor integral do ingresso.
De porte médio, a biblioteca foi desenvolvida para comportar simultaneamente até 20 pessoas. Como a proposta é atender crianças do Ensino Fundamental, todo o mobiliário está organizado em tamanhos e alturas adequados. As estantes construídas para acomodar diversos tipos de livros e revistas estão fixadas em alturas variadas, facilitando o acesso às publicações. As mesas são modulares e coloridas, o que permite mudar o layout conforme o uso. Destaque para os pufes que proporcionam um ambiente ideal para que as crianças possam ouvir histórias.
Durante a Mostra, a biblioteca funciona como bilheteria. Uma vez encerrado o período de visitação, a estrutura será doada à Prefeitura Municipal de Campinas para atender as crianças da Fundação Síndrome de Down, da Cemei Profa. Leonor Motta Zuppi, localizada na mesma rua, e os moradores de Barão Geraldo.
Construção ecoeficiente
A biblioteca foi o único ambiente 100% construído na Mostra Sustentável, o que permitiu uma edificação com alto grau de ecoeficiência. Trata-se da primeira biblioteca da América do Sul construída pelo método Wood Frame, processo tecnológico inteligente de produção com baixa emissão de CO² – cerca de cinco vezes menos que em construções convencionais -, que não utiliza água, não gera muito resíduo e é muito rápido.
As paredes são produzidas em fábrica e transportadas até o local da obra onde são montadas com auxílio de guindaste. Já vêm com todas as instalações prontas para os acabamentos, agilizando a edificação. Desenvolvido pelos arquitetos Roseana Desenso Monteiro e Elton Casarin, o projeto considerou o posicionamento em relação ao sol e correntes de vento, visando o conforto e eficiência ambiental, com aproveitamento da luz natural e ventilação cruzada, reduzindo o consumo de energia. A cisterna coleta água de chuva, que foi usada na construção e que, agora, serve para molhar o jardim do entorno e lavar os pisos, quando necessário.
Espaços de convivência na praça
A biblioteca está instalada na Praça Pedro Cané, que foi revitalizada para oferecer novos espaços de convivência, tanto para os alunos da Fundação Síndrome de Down quanto para a comunidade, uma vez que todas as melhorias serão doadas à municipalidade. Desenvolvida pela paisagista Helena Overmeer, a praça foi batizada de “Como Somos”. Inspirado no formato do DNA e no cromossomo 21, o desenho da praça contempla vários espaços com propostas diferentes, ratificando a disposição de acolher a todos com vontades e necessidades diversas.
A revitalização da praça “Como Somos” foi inspirada no cromossomo 21. Tem no centro um caminho de tijolos entrelaçados com plantas que atravessa o espaço, formando o desenho de uma dupla hélice, usada para descrever a estrutura do DNA. A praça foi estruturada em vários pequenos espaços, como o Pátio de Jogos, com mesas de cimento para jogar xadrez e cartas; Pátio de Estudo, formado por mesas comunitárias de madeira para ler e estudar ou fazer piquenique; Pátio de Convívio, com um fogo de chão para reuniões diversas e Pátio do Cromossomo, uma estrutura de bambu na forma de DNA, feito para as crianças brincarem com o equilíbrio.
Um destaque são os Morros Sustentáveis, que deram uma finalidade útil ao entulho da obra da Mostra. Cobertos com grama, os resíduos se transformaram em pequenas colinas para brincadeiras de sobe e desce. O projeto de revitalização contou com mão de obra disponibilizada pelo projeto “Mão Amiga”, que busca a capacitação e a ressocialização de ex-moradores de rua.
Sobre a Mostra
A Mostra Sustentável é um projeto de arquitetura e paisagismo, arte e design de interiores, gastronomia e educação, que congrega profissionais do setor, sociedade civil, poder público e iniciativa privada para a promoção do desenvolvimento sustentável. Na Fundação Síndrome de Down são mais de 40 ambientes criados por cerca de 80 profissionais, proporcionando aos visitantes ideias muito criativas, interessantes e fáceis de aplicar em casa – na sala, na cozinha, no quarto, no banheiro – ou em escritórios e consultórios. São sugestões muito práticas demonstrando que é possível, sim, ter criatividade e ser ecologicamente correto ao mesmo tempo.
A exposição sempre acontece em benefício de uma instituição privada, sem fins lucrativos, com forte impacto social e de reconhecida gestão. Os ambientes decorados e em exposição são projetados com a inclusão de técnicas, conceitos e produtos sustentáveis. Nos anos anteriores, a Mostra Sustentável beneficiou o Lar dos Velhinhos e o Serviço Social Cândido Ferreira, ambos em Campinas.
O evento segue até 13 de outubro e funciona de quarta a sexta-feira das 15h às 21h; aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 19h. A Fundação Síndrome de Down fica na Rua José Antônio Marinho, 430, em Barão Geraldo, Campinas. Os ingressos custam R$ 35,00 (inteira: entrada + revista), R$ 20,00 (meia: entrada + revista) e R$ 60,00 (passaporte: entrada ilimitada + 1 revista). Apenas a revisita custa R$ 10,00 (somente entrada). Informações no site www.mostra.com.br e pelo telefone (19) 99850-1807- Whatsapp.
Fonte: Ateliê da Notícia
Jornalistas responsáveis: Vera Longuini, Rosa Guedes e Maura Padula