Brasil é campeão olímpico mundial na área do conhecimento
Escolas Lumiar, Lourenço Castanho e Progresso Bilíngue preparam os alunos para participar das competições de saber, que garantem ajuda no ingresso na faculdade e enriquecem o currículo
O Brasil é um grande campeão olímpico mundial na área do conhecimento. O país tem hoje 104 diferentes olimpíadas e competições de conhecimento nacionais nas mais diferentes áreas do saber, segundo o portal Medalhei. Há ainda disputas regionais e internacionais, nas quais os brasileiros são craques consagrados. Na Olimpíada Internacional de Economia (IEO, na sigla em inglês), o Brasil conquistou o primeiro lugar geral da competição por três anos consecutivos, de 2019 a 2021, e ficou com a prata em 2022,atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com levantamento da Universidade de São Paulo (USP). O bronze foi para a seleção canadense, treinada pelo brasileiro Guilherme Pita.
O desempenho dos alunos brasileiros em matemática também é campeão. Em 2022, o Brasil foi o país com mais premiações em olimpíadas universitárias dessa área do Continente Americano. Apenas na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), a maior disputa mundial de conhecimento para alunos do ensino médio, com mais de cem países participantes, o Brasil bateu recorde de medalhas, com dois ouros, uma prata e dois bronzes.
As competições do saber tiveram início ainda no século 19, em 1894, na Hungria, e foram promovidas no Brasil a partir de 1979, em São Paulo. Elas buscam incentivar o interesse pelos estudos, pesquisas e conhecimentos, mas também garantem uma ajuda no ingresso na faculdade e enriquecem o currículo. Algumas universidades, como a própria USP, a Unicamp e a Unesp, oferecem vagas para estudantes com bom rendimento em olimpíadas do conhecimento, as chamadas “vagas olímpicas”.
A participação nas olimpíadas faz com que os alunos desenvolvam o gosto e a afinidade pelas disciplinas envolvidas. Em Matemática, eles aprofundam estratégias de resolução de problemas, comenta o diretor pedagógico da Escola Lourenço Castanho, Alexandre Abbatepaulo. Ele diz que muitos alunos da escola entram por opção própria nos sites das olimpíadas para resolverem problemas de competições anteriores. Segundo Abbatepaulo, uma aluna da Lourenço Castanho, pela sua participação e conquista de medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática, ganhou bolsa de estudos FGV (Fundação Getúlio Vargas) Rio, no curso de Matemática, com tudo pago, inclusive moradia, mas preferiu cursar Matemática na USP.
“Hoje as olimpíadas são critério de admissão em faculdades, tanto no Brasil quanto no exterior. Nossa visão é que as olimpíadas ampliam os interesses das crianças, que têm acesso a outros alunos, pessoas. Elas abrem horizontes, independentemente se o participante volta com medalha ou não. Incentivamos os alunos a participar para se descobrirem, para o autoconhecimento”, afirma o executivo e advogado Lucas Mendes de Freitas Teixeira, CEO da Escola Lumiar.
Em um mundo cada vez mais conectado às redes virtuais e desconectado da realidade social, a escola precisa ser uma ponte para o conhecimento e para melhorar as relações humanas, afirma o coordenador do Ensino Médio da Progresso Bilíngue, Diego Monsalvo. “A escola é, antes de tudo, um lugar de humanização. Temos sempre que nos pautar por valores que ampliem e aprofundem nossa capacidade de apreender, de sensibilizar, de analisar e de julgar com retidão e bom senso nossas ações no mundo para com a gente mesmo, para com os outros e toda a natureza”, afirma.
Coleção de medalhas
A Progresso Bilíngue tem pelo menos 130 alunos inscritos em olimpíadas de conhecimento este ano, segundo os coordenadores da escola. No ensino fundamental são ao menos 80 participantes que vão disputar olimpíadas de matemática e astronomia. Outros 50 adolescentes disputam as competições no ensino médio. Segundo a coordenadora do ensino fundamental da escola, Lúcia Melo, a Progresso coleciona medalhas de ouro, prata e bronze nas disputas de anos anteriores.
“No ensino médio, nossas participações são recentes, começamos efetivamente como projeto com monitoria e acompanhamento em 2021. Estamos criando uma cultura de participação, demonstrando a importância, dando aulas especiais e apoiando nossos alunos antes, durante e depois”, explica o coordenador do ensino médio da Progresso, Diego Monsalvo. Apesar da estreia recente, no ano passado os alunos conquistaram medalhas de prata e bronze.
Lucia comenta que a escola promove aulas expositivas e práticas, buscando ampliar cada vez mais o interesse e a participação dos alunos nas olimpíadas. Monsalvo acrescenta que a Progresso bilíngue tem um professor de cada área realizando monitoria para preparar os alunos inscritos para as provas e fases de cada olimpíada. “Os professores dão esse apoio online e presencial, com reuniões e plantões”, diz.
De acordo com Monsalvo, o Colégio Progresso Bilíngue busca apoiar toda e qualquer iniciativa que ajude no desenvolvimento interpessoal, intelectual e cultural de cada um dos alunos e alunas. “Repensamos as práticas pedagógicas constantemente, afinal, é pela dinâmica dos encontros que nos guiamos à prática do altruísmo e da busca pela igualdade dentro das diferenças que cada um traz em sua personalidade e modo de ser. É fundamental que o conhecimento desses valores não seja apenas uma teoria, mas uma ação constante”, alega.
A escola trabalha ainda com a expressão artística como parte do aprendizado e inspiração, além do incentivo às múltiplas linguagens. Monsalvo lembra que a Progresso conta com clubes de música e literatura semanais. “Todo ano trabalhamos ensaios e apresentações teatrais, também em festivais, como forma de autoafirmação de cada um e para a exposição de novas maneiras de ver e sentir o que acreditamos. Humanizar-se é a regra, educar-se é o processo. A escola é a estrada e a meta, e, pelos nossos princípios, a meta é o destino que cada um construir, conforme sua liberdade”, diz.
Estrutura curricular
As olimpíadas de conhecimento ganharam este ano um novo status na Escola Lumiar. Historicamente, a instituição participa de olimpíadas de matemática, mas este ano criou uma estrutura curricular para competições estudantis e selecionou mais de 100 eventos, no Brasil e no mundo, entre olimpíadas e feiras científicas, para que os alunos possam participar. “Em cada um deles temos dezenas de inscritos”, comenta o CEO do colégio, Lucas Mendes de Freitas Teixeira.
Segundo Teixeira, além das olimpíadas clássicas, como de matemática e astronomia, a escola está participando este ano de novas competições, como a olimpíada Sapientia, que é sobre o futuro; a Vitalis, que é sobre medicina; e a do investimento. No segundo semestre, a Lumiar vai participar de um evento no Caribe com escolas inovadoras do mundo discutindo metodologias ativas.
“Vamos participar ainda de simulações da ONU, o Clube de Debates, ao longo do ano. Para os alunos maiores, há um amplo espectro de olimpíadas. Na Lumiar criamos um espaço curricular, em que todo estudante do fundamental 2 e do ensino médio tem um horário dedicado para essa atividade. Os alunos se encaixam de acordo com seus interesses”, afirma o CEO.
Para os alunos do Fundamental 1, as atividades são mais lúdicas. “Estamos indo para uma olimpíada sobre conservação ambiental da organização WWF-Brasil com a ONU para crianças mais novas”, diz Teixeira. Ele comenta que, a cada trimestre, a expectativa é de que todas as crianças participem dessas atividades. O CEO reforça que essas competições fortalecem disciplinas curriculares, como matemática, astronomia, investimentos, biologia, geografia, além de questões que envolvem temas diversos, como ética.
Teixeira aponta que a Lumiar tem ainda as próprias competições, como o desafio sobre inteligência artificial, usando o chat GPT e outras inteligências generativas, e as olimpíadas de xadrez, que as próprias crianças pediram para participar. “Nossos alunos criaram um congresso para os estudantes sobre práticas pedagógicas, que existe até hoje, que é o CLuE, Congresso Lumiar para Estudantes”, afirma.
A ideia é que as olimpíadas entrem como forma de passar conteúdo da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e também avaliar habilidades, como trabalhar em equipe, curiosidade e resiliência, entre outras do currículo, conforme o CEO. “Elas são fundamentais para o processo pedagógico porque nesses eventos os alunos mostram suas paixões e seus interesses, seja numa mostra de audiovisual ou numa olimpíadas de investimentos. São várias oportunidades para prestigiar esse ensino personalizado”, alega.
No lugar de promover uma aula do mesmo assunto para todo mundo, os alunos da Lumiar participam de grupos de seu interesse com apoio de um especialista no assunto. “Tem tudo a ver com nosso projeto pedagógico. Está incluída na nossa carga horária, separamos um espaço para participação desse tipo de evento”, afirma Teixeira. De acordo com ele, os mestres, apaixonados pela área na qual são especialistas, preparam os alunos para as competições, transmitem a paixão para as crianças que tiverem interesse em participar. “A escola investe em prepará-los da melhor maneira possível. E esse processo de participação é avaliado, conta ponto para o currículo e para o desempenho na escola”, aponta o CEO.
Fortalecendo o Interesse
A escola Lourenço Castanho vai participar este ano das olimpíadas de matemática, biologia e astronomia. Segundo o diretor pedagógico, Alexandre Abbatepaulo, a escola participa desses eventos de forma organizada desde 2017. A coordenadora e professora da Lourenço Castanho Maria Daltyra de Magalhães comenta que as competições fortalecem e desenvolvem o interesse dos alunos pelas disciplinas. “Em matemática, o ensino tem como base a resolução de problemas retirados do banco de questões das olimpíadas. Outras olimpíadas, como a OBA (Astronomia), se vinculam aos cursos eletivos”, afirma.
Os alunos são preparados para as olimpíadas em aulas curriculares e extracurriculares. “São apresentados desafios de olimpíadas e para discutir possíveis estratégias de resolução. Além disso, são oferecidas aulas extracurriculares durante todo o ano letivo de aprofundamento na disciplina e de preparação para as olimpíadas, as turmas olímpicas, como chamamos”, diz Abbatepaulo. Ele explica que o retrospecto de participação da Lourenço Castanho nas disputas é bastante positivo. “Temos recebido várias medalhas, de ouro, prata, bronze e menção honrosa”, conta.
Sobre a Escola Lourenço Castanho
Oferece um projeto pedagógico inovador, que extrapola o trabalho com os conteúdos produzidos pelas grandes áreas do conhecimento, investindo também no desenvolvimento da autonomia e da crítica, na análise da dimensão social construída pelos estudantes e na vinculação com o saber. Ao longo dos anos, a Escola mantém o compromisso com seus princípios, consolidando a formação integral como a base de seu projeto pedagógico-educacional.
Sobre a escola Lumiar
Fundada em 2003, a escola Lumiar surgiu como uma iniciativa de educadores de vanguarda para transformar a educação. Através de uma metodologia que prioriza a autonomia e a individualidade de cada estudante, o aprendizado se fundamenta em seis pilares: tutores e mestres; currículo em Mosaico; aprendizagem ativa; avaliação integrada; possibilidade de multietariedade e gestão participativa. A Escola foca em desenvolver também as habilidades individuais de cada aluno.
Sobre o colégio Progresso Bilíngue
Fundado na cidade de Campinas em 1900, por um grupo de cafeicultores que queriam garantir às filhas acesso à formação de excelência, o Colégio Progresso caracterizou-se como uma escola forte desde a sua criação e firmou-se como referência de colégio interno para meninas, leigo e progressista. Daí o nome, Progresso. Para além da excelência acadêmica, a escola garante a formação de valores humanos, que a diferenciam e colocam em sintonia com as exigências do mundo atual. Em 2017, a instituição implementou a formação Bilíngue. No ENEM 2018, divulgado em 2019, o Progresso está entre as 40 melhores do Brasil e o 12º melhor do Estado de São Paulo. Tradição, modernidade e eficiência na formação completa dos alunos.