Em Morungaba um ótimo programa para o feriado: Cia. de Achadouros traz espetáculo e oficina gratuita
Apresentação está marcada para a próxima sexta-feira (15/11), às 17h, no Teatro Municipal Fioravante Frare.
Entrada franca, com ingressos distribuídos 1 hora antes da sessão na bilheteria do espaço.
Você sabia que é possível lavar histórias? E não é que é! Para tanto, faz-se necessário convocar três lavadores profissionais de muitas paragens: Urucum, Tom Tom e Jatobá. Reunidos em quintais abandonados da infância, os três ensaboam a memória para enxaguar velhas lembranças quase esquecidas. Depois disso, basta pendurá-las no varal para secá-las. E o que mais? Os curiosos terão de assistir ao espetáculo infantil Os Lavadores de Histórias, da reconhecida Cia de Achadouros (São Paulo), em cartaz nesta sexta-feira (15/11), às 17h, no Teatro Municipal Fioravante Frare, em Morungaba (SP). A entrada é franca, com ingressos distribuídos 1 hora antes da sessão na bilheteria do espaço.
Realizada pelo Governo do Estado de São Paulo e pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústrias Criativas, a temporada de Os Lavadores de Histórias integra a Lei Paulo Gustavo, a partir do Edital 20/2023 – Difusão Cultural. Ao todo, serão contempladas 14 cidades do Estado, entre as quais Morungaba, Leme, Pirassununga e São Sebastião.
Além da apresentação do espetáculo, protagonizado pelo trio de atores-palhaços Emiliano Favacho, Felipe Michelini e Mariá Guedes, o projeto prevê a realização da Oficina Jogos Teatrais, da intervenção Varal de Memórias e da distribuição gratuita de um programa lúdico da montagem, que recebeu 4 Estrelas da Revista Veja São Paulo e foi indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem (antigo Prêmio FEMSA), nas categorias Direção Revelação e Trilha Musical Adaptada.
“O destaque do espetáculo está justamente no resgate das memórias de infância, das memórias de quintais. Descobrimos juntos algo de universal em nossas memórias de infância, que revela as crianças que fomos, trazendo-as de volta à vida. Ao tocar nesses temas, acessamos um fundo poético comum que todo mundo tem dentro de si, que fica escondido. Com a lanterna do espetáculo, iluminamos esses cantos esquecidos da memória permitindo o resgate e o seu reconhecimento. É lindo!”, destaca Tereza Gontijo, a diretora do espetáculo.
Para alvejar a trama, que mistura circo, teatro de sombras e contação de histórias, o trio de atores-palhaços combinou três elementos na mesma lavagem artística: a inspiração de poemas de Manoel de Barros, aquele mesmo poeta que afirmava que em sua vida “só teve infância”; as memórias e lembranças autobiográficas de cada ator da montagem; e as vivências e os causos recolhidos durante o laboratório do elenco no bairro São Mateus, localizado na Zona Leste de São Paulo, considerado o local de atuação da companhia teatral desde a sua fundação.
Sobre a experiência naquele espaço, o ator Felipe Michelini,intérprete do Jatobá,recorda-se: “Como palhaços, fizemos intervenções pelas ruas para descobrir as histórias de formação do bairro a partir de seus moradores e moradoras. Entrevistamos pessoas para descobrir as suas memórias de infância, conhecemos e entrevistamos três figuras muito importantes para a trajetória da região: a sambista Tia Cida do Samba e os agricultores Dona Sebastiana e Senhor Genival. Por sinal, eles foram inspirações para a criação das personagens Tom Tom e Urucum, e para algumas das falas do espetáculo”.
Na trama, Urucum, Tom Tom e Jatobá, os lavadores de histórias, visitam todas as noites os quintais abandonados da infância para lavar o que foi esquecido e revelar memórias. Ao descobrir personagens e segredos de cada história, sentem-se tocados e se divertem com elas. “Contamos e encenamos histórias narradas como forma de estimular a imaginação do público. A história narrada dialoga com o imaginário da plateia, que, além de assistir, vivencia emoções e sentimentos íntimos, e memórias guardadas”, pontua a atriz Mariá Guedes, intérprete da Tom Tom.
Vale destacar que a pesquisa sobre a linguagem da palhaçaria, tão presente no DNA da companhia, aparece na montagem, mas não de forma explícita, como destaca o ator Emiliano Favacho, intérprete do Urucum. “Apesar de os artistas não usarem a máscara de palhaço, a palhaçaria aparece na interação dos artistas em cena, na construção corporal de cada personagem, na dinâmica das cenas que buscam provocar comicidade e nas ações que são como piadas visuais. Por exemplo, quando Jatobá estende a mão e alcança, sem sair do lugar, uma toca a 2 metros de distância”.
Ao fim de cada varal estendido, a montagem tem o propósito de desvendar memórias, histórias e lembranças de cada espectador. “Nelas, transmitimos a essência do espetáculo e os valores que acreditamos, tais como a importância do brincar, de ver o lado bom das coisas e dos encontros, das memórias boas e afetuosas, das lições que levamos dos encontros e da vivência em comunidade, das amizades e do grande valor de ser livre, de não esquecer de quem somos, de prestigiar o que gostamos e o que nos faz feliz. Cada um, é claro, à sua maneira!”, completa Mariá.
A oficina
Ministrada pela atriz Mariá Guedes, a Oficina Jogos Teatrais acontecerá na próxima sexta-feira (15/11), das 11h às 13h, na EMEF Antônio Rodrigues da Silva (Rua 13 de maio, 190, em Morungaba | SP). As inscrições são gratuitas. Informações: @ciadeachadouros.
Durante o encontro, os participantes serão conduzidos à prática dos jogos teatrais, com vivências que abordam elementos como expressão corporal, relação, jogo, vocalidade e musicalidade, criação com o espaço e resoluções coletivas de situação-problema.
A companhia
Formada por atores-palhaços, a Cia de Achadouros atua, desde 2012, em São Paulo e região, desenvolvendo um trabalho de pesquisa na comunidade de São Mateus, situada na zona leste da Capital, e utilizando a máscara do palhaço para criar vínculos e levantar materiais de pesquisa cênica. Atualmente, investiga o olhar da infância no ambiente periférico e as poéticas cênicas para o universo infantil.
Em seu repertório, destacam-se os espetáculos Os Lavadores de Histórias, O Espetáculo Mais Prestigioso do Século e Raízes, Memórias e Outras Histórias, além de intervenções de palhaçaria e oficinas formativas. Há 10 anos vem se apresentando em unidades do Sesc, Casas de Cultura, teatros estaduais e espaços culturais da Capital e do interior paulista.
A sinopse
Urucum, Tom Tom e Jatobá são lavadores de histórias. Todas as noites eles visitam os quintais abandonados da infância para lavar o que foi esquecido e revelar memórias. Ao descobrir personagens e segredos de cada história, sentem-se tocados e se divertem com eles. O espetáculo, que combina teatro de sombras, circo e teatro narrativo, convida o público a resgatar as próprias memórias e a relembrar a própria infância para que não se perca o que já foi vivido em cada lugar.
Classificação etária: Livre
50 minutos de duração
Ficha Técnica
Elenco: Emiliano Favacho, Felipe Michelini e Mariá Guedes
Direção: Tereza Gontijo
Dramaturgia: Silvia Camossa
Cenografia: Alício Silva e Bira Nogueira
Grafite/painel: Celso Albino
Figurino: Cleuber Gonçalves
Adereços: Clau Carmo e Cia. de Achadouros
Iluminação: Giuliana Cerchiari
Pesquisa Musical: Emiliano Favacho e Tereza Gontijo
Músicas: Kevin Macleod
Edição de som: Emiliano Favacho e Rodrigo Régis
Voz em off: Evandro Favacho
Operação de som: José Olegário Neto
Operação de luz: Francisco Renner
Preparação corporal: Ana Maíra Favacho e Erickson Almeida
Design Gráfico: Nathalia Ernesto
Assessoria de imprensa: Tiago Gonçalves
Gestão de mídias sociais: Renan Mozzer – Dillata Cultura
Produção Executiva: Fernanda Tonoli e Samuel Paixão
Coordenação de Produção: Fabiano Lodi
Produção Geral: Leneus Produtora de Arte
SAIBA MAIS
O quê: Espetáculo Os Lavadores de Histórias, da Cia de Achadouros
Quando: Sexta-feira (15/11), às 17h
Onde: Teatro Municipal Fioravante Frare (Rua Pereira Cardoso, 377, em Morungaba | SP)
Quanto: Entrada franca (Os ingressos serão distribuídos 1 hora antes da apresentação na bilheteria do teatro)
Informações:@ciachadouros