FGTS Futuro amplia as chances para comprar imóveis no interior paulista
Modalidade que beneficia a Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida permite usar o Fundo de Garantia para ampliar créditos e pagar prestações da casa própria
A Caixa Econômica Federal iniciou contratações de financiamentos imobiliários com o uso do FGTS Futuro. Nesta modalidade que beneficia famílias com renda mensal bruta de até R$ 2.640 mil, público da Faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida (MVMV), os trabalhadores poderão utilizar depósitos futuros feitos pelo empregador em sua conta do FGTS para ampliar créditos na compra da casa própria. Dados da Cohab Campinas (Companhia de Habitação Popular de Campinas) indicam que as famílias de baixa renda compõem 70% do público beneficiado no município. Mas as perspectivas de utilização da modalidade para aquisição do imóvel próprio no interior paulista como um todo são ainda mais animadoras neste ano.
Em Campinas, o uso do FGTS para compra da casa própria mais que dobrou nos últimos 15 anos. Em 2009, 1.500 trabalhadores utilizaram o recurso para adquirir o imóvel próprio. No ano passado, o número chegou a 3.278.
Na avaliação de Guilherme Bonini, Co-CEO da Longitude Incorporadora, o FGTS Futuro amplia a oportunidade para que famílias da Faixa 1 do MCMV realizem o sonho da casa própria. “Famílias desta faixa de renda que possuem crédito comprometido, seja por financiamento de um veículo, seja em um cartão de crédito, não conseguem aprovar a capacidade máxima para a aquisição de imóvel, que é de 30%. O FGTS Futuro amplia o crédito em 8%”, observa.
Há 12 anos no mercado, com mais de 30 empreendimentos em mais de 15 cidades do interior paulista e também na Capital, a Longitude Incorporadora, que registra um recorde de vendas no primeiro trimestre de 2024, projeta um cenário ainda mais promissor até o final do ano. “Acreditamos que mais de 30% de nossa comercialização virá com este público que hoje se beneficia do FGTS Futuro”, afirma Bonini.
O FGTS Futuro, destinado à aquisição do primeiro imóvel da família, obedece algumas diretrizes e vale apenas para os novos contratos de financiamento. De acordo com o Ministério das Cidades, o empregador deposita mensalmente a cada funcionário 8% do valor do salário pago na conta do FGTS. A partir do momento em que o trabalhador faz a opção pelo FGTS Futuro para ampliar seu limite de financiamento e quitar as prestações do imóvel, o dinheiro é direcionado exclusivamente para estes fins.
Alex Seto, diretor financeiro da Longitude, explica que em caso de demissão, o trabalhador não perde o financiamento. “Em uma demissão sem justa causa, ele continua com o direito de utilizar a multa rescisória de 40% do FGTS”, diz. “Mas como não contará mais com os depósitos futuros do Fundo, terá seis meses para conseguir um novo emprego e regularizar sua situação antes do aumento da parcela.” Na prática, o valor devido será incorporado ao “saldo devedor da operação”, ou seja, em seis meses o valor que era descontado do FGTS será somado ao total da dívida a ser quitada.
O FGTS Futuro, de acordo com o Ministério das Cidades, deve beneficiar cerca de 60 mil famílias em todo o País. “O que se espera é que a experiência seja bem-sucedida, que propicie a conquista da casa própria, e que outros incentivos do governo venham para favorecer as demais faixas do MCMV”, finaliza Guilherme Bonini.