GRAACC esclarece a importância de não subestimar sintomas das doenças oncológicas em crianças durante a pandemia

Segundo a Vice Diretora Clínica do GRAACC, Dra Monica Cypriano, para que a detecção do câncer seja feita no estágio inicial, é preciso que os pais e responsáveis fiquem atentos a sintomas como anemia, manchas roxas, nódulos, aumento de volume nas pernas, coxas e barriga e dor de cabeça que persiste por dias

Com a necessidade de fazer o isolamento social imposta pelo novo coronavirus, os pais das crianças que estão em tratamento oncológico não sabem se devem manter ou adiar o atendimento no hospital. Devido à complexidade da doença, os oncologistas pediátricos reforçam sobre a importância de manter a atenção com as doenças crônicas mesmo diante do confinamento e alertam: “o câncer infantil tem como característica o crescimento rápido de células tumorais. Por isso, esperar pelo tratamento pode significar evolução agressiva do câncer, metástase e, consequentemente, menores taxas de cura”.

Diante deste cenário, quem interrompe ou atrasa o tratamento pode comprometer as chances de a criança sobreviver. Sendo primordial continuar o tratamento dos pacientes que já foram diagnosticados com câncer, e a procura pelo atendimento médico de crianças e adolescentes que apresentam sinais e sintomas sugestivos da doença, mesmo diante da pandemia de coronavírus.

De acordo com a vice Diretora Clínica do Hospital do GRAACC, Dra. Monica Cypriano, apesar da crise de COVID-19, os pacientes com câncer precisam continuar o tratamento e não podem esperar até o final do isolamento social. “Porém, alguns doentes estão com medo de sair de casa e contrair o novo coronavírus e chegam a pensar em abandonar os procedimentos como radioterapia e quimioterapia e retomá-los apenas quando tudo estiver mais calmo em relação ao vírus, o que não é o correto”, esclarece Dra. Monica.

O tratamento contra o câncer, seja radioterapia ou quimioterapia, não deve ser abandonado em hipótese alguma. “O abandono ou atraso das sessões durante o período da pandemia resultará em piora na sobrevida e no prognóstico do paciente, e qualquer mudança durante este período deve ser discutida com a equipe médica”, explica a vice Diretora Clínica do Hospital do GRAACC. Segundo a oncologista, pacientes com câncer já têm uma vida com mais restrições por conta dos efeitos colaterais do tratamento e normalmente não costumam se expor a situações de risco. “Mas vale ressaltar que medidas de distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscara têm um impacto positivo importante”, completa.

A pandemia do novo coronavírus e a mudança da rotina

A pandemia do coronavírus mudou a rotina de muitas famílias e, em muitos casos, intensificou a higienização das mãos. O isolamento social virou palavra de ordem. Mas, e os pequenos no meio disso tudo? Segundo um estudo divulgado na revista científica The Lancet, as crianças são menos afetadas pela Covid-19. Elas costumam não apresentar sintomas e raramente adoecem pelo vírus. Elas podem, porém, ser transmissoras da doença e, por isso, devem estar em isolamento social e ter hábitos frequentes de higiene.

Câncer e novo coronavírus

As crianças, em especial aquelas que fazem tratamento oncológico, precisam tomar alguns cuidados contra o novo vírus. O tratamento contra o câncer em crianças e adolescentes requer, na maior parte dos casos, o uso de quimioterapia agressiva, algo que os deixa com a imunidade comprometida e suscetíveis a doenças infecciosas, incluindo a Covid-19″, alerta Dra. Monica Cypriano, do Hospital do GRAACC.

“O coronavírus é uma doença nova e ainda estamos estudando as reações no organismo das crianças, em tratamento oncológico ou não. Mas, nem por isso devemos descuidar das orientações contra o vírus. Independentemente da pandemia, as crianças em tratamento quimioterápico já seguiam orientações semelhantes contra o novo Coronavírus como evitar aglomerações, intensificar medidas de higiene (lavar as mãos cuidadosamente), evitar beijos, abraços e aglomerações. Essas orientações valem, também, para crianças que terminaram o tratamento oncológico há até seis meses, pois ainda são consideradas imunodeprimidas”, esclarece.

Não subestime sintomas por medo do novo coronavírus

Apesar de o câncer ser raro em crianças e adolescentes, ele é a causa de morte mais frequente nessa fase da vida. Mas, a boa notícia, é que o seu diagnóstico precoce possibilita que mais de 70% dos casos sejam totalmente curados. Por essa razão, o GRAACC atua para garantir aos seus pacientes o direito de alcançar todas as chances de cura com qualidade de vida, dentro do mais avançado padrão científico.

Durante a pandemia podemos adiar a ida ao especialista e interromper o tratamento?

As crianças diagnosticadas com câncer e em tratamento quimioterápico não devem parar a medicação nem à ida a consultas do oncologista pediátrico. “É necessário analisar caso a caso. Dependendo da fase do tratamento e da gravidade da doença, podemos espaçar mais as consultas médicas e os exames de rotina”, explica. “Mas isso não é regra”, acrescenta.

Por isso é importante manter um canal direto com o médico da criança para avaliar qual é o melhor cenário. Outra dica é os familiares tomarem a vacina contra a gripe, disponível nos postos de saúde do SUS e na rede particular. “As crianças em tratamento oncológico são consideradas um grupo de risco e algumas têm a indicação de receber a vacina, dependendo da fase do tratamento, da contagem sanguínea e da liberação do médico da criança. É importante lembrar que ela não protege contra a Covid-19” “, relata Dra. Monica Cypriano, do Hospital do GRAACC.

Isolamento social e crianças em casa

Durante o isolamento social, muitas famílias passam a conviver muito mais próximas. A boa relação ajuda a distrair a cabeça da criança e a inserir novos hábitos de higiene. “O ideal é estabelecer uma rotina para as crianças, inclusive para que entendam que não estão de férias e que cada pessoa precisa fazer sua parte para passar por esse momento difícil”, afirma a Dra. Monica Cypriano.

As crianças devem ter horários para acordar e dormir, assistir à televisão, estudar e ajudar nas tarefas em casa. “É importante notar que as crianças, mesmo as pequenas, conseguem entender o que está acontecendo, logicamente com a percepção infantil, mas que reflete a realidade”, analisa a médica.

Cuidados com as crianças em tratamento oncológico

A recomendação é que não compareçam ao pronto socorro de hospitais gerais e, sim, aos especializados em tratamento oncológico neste período de pandemia. O Hospital do GRAACC, por exemplo, já implementou medidas de prevenção e segurança desde a recepção até os consultórios, e os atendimentos estão sendo agendados com um maior intervalo de tempo. Os pacientes que porventura estiverem com quadro sintomático de infecção viral e/ou de trato respiratório e precisam de auxílio médico deverão entrar em contato com seu oncologista. E ao chegar ao hospital, eles já serão direcionados ao setor exclusivamente destinado aos atendimentos de quadros gripais.

“Para passar por este período crítico da melhor forma possível, é imprescindível seguir as orientações disponibilizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde e pela comunidade científica”, orienta Dra. Monica Cypriano.

Não interrompa seu tratamento oncológico

Caso haja suspeita de infecção, a consulta deve ser priorizada e o paciente, enquanto aguarda, precisa usar máscara e ficar em ambiente arejado;

Evite contato com qualquer pessoa que tenha sintomas gripais e esteja em investigação para possível infecção Covid-19;

Se apresentar quadros como, febre, coriza, tosse seca, falta de ar, contate seu médico;

Permaneça somente o tempo necessário em ambiente de clínicas e hospitais;

Só leve, no máximo, um acompanhante para um centro de tratamento oncológico. Esta pessoa não pode apresentar qualquer sintoma respiratório ou febre.

Importância do diagnóstico precoce do câncer

Para que a detecção do câncer seja feita no estágio inicial, é preciso que os pais e responsáveis fiquem atentos a sintomas como palidez, manchas roxas, nódulos, aumento de volume nas pernas, coxas e barriga e dor de cabeça que não cessa. “Os pediatras precisam prestar atenção a isso. E os pais devem levar seus filhos ao médico ao perceberem esses sinais, especialmente quadros que não se resolvem em 7 a 10 dias “, salienta a médica do GRAACC.

No caso de qualquer sintoma suspeito, o familiar deve entrar em contato com o serviço de saúde, UBS, saúde suplementar ou médico da criança. O GRAACC realiza triagem dos casos suspeitos mediante encaminhamento médico.

Fique atento papais aos sinais de alerta!

Muitas vezes, os sintomas do câncer são confundidos com doenças comuns da infância. Fique atento aos sinais:

Dores nos ossos, principalmente nas pernas, com ou sem inchaço;

Palidez inexplicada;

Fraqueza constante;

Aumento progressivo dos gânglios linfáticos;

Manchas roxas e caroços pelo corpo, não relacionados a traumas;

Dores de cabeça, acompanhadas de vômitos;

Perda de peso

Aumento ou inchaço na barriga;

Febre ou suores constantes e prolongados;

Distúrbios visuais e reflexos nos olhos.

Sobre o GRAACC

Instituição criada em 1991 para garantir a crianças e adolescentes com câncer todas as chances de cura. Com hospital próprio, tornou-se referência no tratamento e na cura do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento do ensino e pesquisa.

Em 2019, foram atendidos mais de quatro mil pacientes e realizadas mais de 35 mil consultas, 1400 procedimentos cirúrgicos e 22 mil sessões de quimioterapia. Mais Informações no http://www.graacc.org.br

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