Museu Judaico de São Paulo: Jornadas Judaico-Amazônicas chegam a Manaus
Após passar por São Paulo e Belém em 2023, a capital amazonense recebe dois eventos da série Judeus na Amazônia que se debruçam sobre a imigração judaica na região Norte do país. Evento é mais uma etapa de projeto iniciado em 2022, que incluiu pesquisa in loco durante dois meses
O Museu Judaico de São Paulo (MUJ) promove, nos dias 13 e 15 de abril, mais uma etapa das Jornadas Judaico-Amazônicas: as migrações judaicas no Norte do Brasil, com a realização de dois eventos em Manaus. Com a participação de intelectuais e profissionais da cena regional e degustação de sabores e receitas tipicamente judaico-marroquino-amazônica, o primeiro evento acontece no Memorial Samuel Benchimol, localizado no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, e o segundo na Hebraica. A programação faz parte do projeto Judeus na Amazônia, iniciado pelo MUJ em 2022 e que resultará em uma grande exposição sobre o tema no segundo semestre de 2024.
Apresentado pelo Instituto Cultural Vale com o patrocínio master do Banco Santander, o projeto, disponível no site https://amazonia.museujudaicosp.org.br/pesquisa/ apresenta ao público as conexões feitas entre a cultura judaica na região Norte do País com a diversidade brasileira, por meio da vida comunitária, práticas culturais, gastronômicas e linguísticas, relações econômicas e construção identitária.
“Essa chegada a Manaus é mais uma importante etapa do projeto Judeus na Amazônia, após atividades em São Paulo e Belém, reforçando a pesquisa de campo do MUJ sobre a rica história da presença judaica na região Norte do país”, conta o Diretor Executivo do Museu Judaico de São Paulo, Felipe Arruda.
Com uma programação que reúne trocas de experiências a partir da cultura judaica e da produção cultural local, os dois dias de encontros passeiam pelas histórias da imigração, debatem as conexões entre a cultura judaica e a cultura amazônica e lançam um olhar atento para as discussões em torno da Amazônia hoje.
O primeiro evento contará com a participação dos escritores Márcio Souza e Ilko Minev, além do professor e advogado Robério Braga. Eles conduzirão uma conversa sobre a produção cultural local, em especial a literatura, e como essas obras contribuem com a compreensão dos mais diversos aspectos da presença judaica na Amazônia ao longo de mais de dois séculos.
Dois dias depois acontece o segundo encontro na Hebraica. Na ocasião haverá um bate-papo com a historiadora Anne Benchimol, o médico e escritor Jacob Cohen e o presidente do Comitê Israelita do Amazonas David Vidal. Durante o encontro, eles apresentarão ao público elementos históricos e culturais da chegada dos judeus que vieram do Marrocos, e como essa comunidade esteve presente em diversas partes da região e contribuíram com diversos setores da sociedade, seja no comércio, na política ou na cultura. Após a conversa, haverá o lançamento do livro Era uma vez na ilha de Parintins, de Jacob Cohen.
Sobre os convidados
Anne Benchimol: graduada em Letras pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), é colaboradora do Comitê Israelita do Amazonas, com atuação em diversas diretorias. Em 2012 exerceu a presidência da Comunidade Judaica do Amazonas, da qual é hoje vice-presidente. Desde 2006 tem se dedicado à pesquisa do Judaísmo da Amazônia. Nascida e criada em Manaus, suas bisavós chegaram ao Brasil por volta de 1850 vindos do Marrocos.
David Vidal Israel: é presidente do Comitê Israelita do Amazonas. Antes, foi diretor do Clube Hebraica e deu aula de hebraico para crianças e adolescentes, reativando o movimento juvenil em Manaus chamado Hebraica Jovem, que funcionava dentro do clube de Manaus.
Ilko Minev: nasceu em 1946 em Sofia, Bulgária, mas vive há mais de 40 anos no Brasil. Antes de vir ao Brasil, Ilko recebeu asilo político na Bélgica por ser dissidente político; foi lá que estudou Economia. Tornou-se escritor aos 66 anos, depois de se aposentar de uma carreira executiva. Suas obras buscam redimensionar a importância de eventos históricos marcantes na vida do autor, transcendendo nacionalidades, mas sem perder a influência de suas raízes judaico-búlgaras e seu amor pelo Brasil.
Jacob Cohen: é médico oftalmologista e professor na UFAM. Atua também como escritor, seu mais recente título Era uma vez em Parintins, fala de sua infância e raízes judaico-marroquinas.
Márcio Souza: formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP), atua como jornalista, escritor, diretor e roteirista. Autor da tetralogia Crônicas do Grão Pará e Rio Negro, foi professor convidado da Universidade de Berkeley, escritor residente nas Universidades de Stanford e Austin, Texas. É membro da Academia Amazonense de Letras, com ampla carreira em gestão cultural, tendo sido presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) entre 1995 e 2003, diretor do Teatro Experimental do Sesc do Amazonas (Tesc) e presidente do Conselho Municipal de Cultura de Manaus.
Roberio Braga: Possui graduação em Direito pela UFAM, especialista em Direito Agrário e em Direito Público pela mesma instituição, e mestrado em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas. Foi Secretário de Estado da Cultura do Amazonas e é ex-Diretor da Escola Superior de Advocacia do Amazonas. Tem experiência na área de Direito e Comunicação, com ênfase em Direito Ambiental, Cultural e Eleitoral.
Sobre o Museu Judaico de São Paulo (MUJ)
O Museu Judaico de São Paulo cultiva e apresenta a diversidade das expressões da cultura judaica em diálogo com o contexto brasileiro e com o contemporâneo, dedicando à defesa dos direitos humanos e ao combate ao antissemitismo e a todas as formas de preconceito. Fruto de uma mobilização da sociedade civil, o MUJ foi inaugurado em 2021 como o maior museu judaico da América Latina e guardião do maior acervo judaico brasileiro. Além de quatro andares expositivos, com exposições permanentes e temporárias, o museu realiza festivais literários, concertos musicais, seminários, debates, publicações, oficinas e um amplo programa educativo, sempre entrelaçando perspectivas judaicas e não judaicas. Os visitantes também têm acesso a uma biblioteca com mais de mil livros para consulta e a um café que serve comidas judaicas.
O Projeto Judeus na Amazônia é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, conta com o patrocínio master do Banco Santander, com o patrocínio da Gera Amazonas e com o apoio da Bemol.
Para os projetos de 2024, o MUJ conta com o patrocínio de Itaú e apoio de B3, Banco Safra, Klabin, Porto, Banco Alfa, Banco Daycoval, Deutsche Bank, Dexco, Leal, BMA Advogados, Cescon Barrieu, Leo Madeiras e Verde Asset.
Serviço:
Judeus na Amazônia – Jornadas Judaico-Amazônicas em Manaus: as migrações judaicas no Norte do Brasil
13 de abril, sábado, às 18h30
Local: Memorial Samuel Benchimol – Centro Cultural dos Povos da Amazônia
Prª. Francisco Pereira da Silva, s/n – Crespo, Manaus-AM
15 de abril, segunda-feira, às 18h30
Local: Hebraica – Av. Joaquim Nabuco, 1842 – Centro, Manaus-AM