Taxa de juros e insegurança jurídica causam baixo crescimento do PIB, avalia indústria regional
Na Sondagem Industrial, 71% das empresas associadas responderam que taxa de juros elevada (38%) e insegurança jurídica (33%) são principais motivos para PIB baixo.
A Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) apresentou on-line para a Imprensa, pesquisa de Sondagem Industrial, nessa terça (28 de março), realizada junto às suas empresas associadas. O diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, afirmou que perguntadas sobre os principais motivos para o baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, 38% das associadas apontaram ‘a taxa de juros elevada’ e 33% responderam ‘a insegurança jurídica’ no País. As outras opções ‘inflação alta’ (foi apontada por 5% das respondentes); ‘cenário mundial de baixo crescimento – economias chinesa e europeia e guerra na Ucrânia’ (10%); ‘endividamento das famílias brasileiras’ (10%) e ‘não tem avaliação’ (4%). Os vice-diretores da entidade, Valmir Caldana e Stefan Rohr, também participaram da apresentação.
As empresas também foram questionadas na Sondagem, sobre os efeitos de recente assinatura de 11 decretos do Governo do Estado de São Paulo que reduzem o ICMS, visando incentivar a competitividade da indústria paulista. Para 33% das associadas a medida ‘aumenta a competitividade’, para 43% ‘não vai alterar a competitividade’ e 24% das respondentes ‘não têm avaliação’. Nenhuma empresa escolheu a opção ‘redução da competitividade’.
O diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, afirmou que a Sondagem de março mostra um desempenho ainda tímido em relação ao ano passado. “Tudo isso está relacionado com a política econômica do Governo Federal, que ainda está tentando fazer seus acertos. Sabemos também que todos esses acertos terão impactos imediatos nos próximos meses. Temos uma expectativa positiva, principalmente em relação às medidas que o Governo do Estado tomou para que haja desenvolvimento, uma reindustrialização no Estado de São Paulo”, acrescentou.
Corrêa explicou que a Sondagem de março, quando comparada com o mês anterior, em relação ao volume de produção, diminuiu para 33% das associadas, permaneceu estável para 57% delas e aumentou para 10% das respondentes. O faturamento das associadas, na mesma comparação, diminuiu para 52% delas, ficou estável para 38% e aumentou para 10%. Já o número de funcionários no período permaneceu estável para 67% das empresas, aumentou para 19% delas e diminuiu para 14%.
O nível de utilização da capacidade instalada de produção da indústria da região de Campinas, em março ficou entre 70,1% e 100% para apenas 48% das respondentes, enquanto em fevereiro esse mesmo nível foi apontado por 70% das empresas.
Balança Comercial Regional – O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, afirmou na apresentação que o município de Campinas passou a ocupar a segunda colocação em volume na corrente de comércio exterior (soma das exportações e importações) no Estado de São Paulo. No acumulado de janeiro e fevereiro de 2023, Campinas abrange 10,5% do volume total do Estado. O primeiro colocado é o município de São Paulo.
Em relação aos números da Balança Comercial Regional, em fevereiro de 2023, Riso informou que o valor exportado foi de US$ 235,4 milhões – 10,7% menor que em fevereiro de 2022. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 735,2 milhões – 24,3% menor do que em fevereiro do ano passado. O saldo em fevereiro de 2023 foi negativo em US$ 499,8 milhões – 29,4% menor do que o registrado em fevereiro de 2022.
A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em fevereiro de 2023 foi de US$ 970,6 milhões – 21,4% menor que em fevereiro do ano passado.
Em fevereiro de 2023 os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Campinas (35,3%), Paulínia (20%), Sumaré (11,5%), Valinhos (6,5%) e Mogi Guaçu (6,4%).
Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia (39,4%), Campinas (28,1%), Jaguariúna (8,6%), Sumaré (6,7%) e Hortolândia (6,7%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.
O diretor de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas destacou os principais destinos das exportações da indústria regional em fevereiro/2023: Estados Unidos (US$ 62,8 milhões – 27%), Argentina (US$ 38,6 milhões – 16%) e México (US$ 19,6 milhões – 8%). Principais países de origem das importações para a região: China (US$ 218,8 milhões – 30%), Estados Unidos (US$ 123,3 milhões – 17%) e Alemanha (US$ 37,5 milhões – 5%).
Perfil – O Ciesp-Campinas conta com 590 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 53 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 97.954 colaboradores.
Roncon & Graça Comunicações
Jornalistas: Edécio Roncon / Vera Graça